Comemorou-se no último dia 12 em todo território timorense, o Dia Nacional da Juventude.
Nessa mesma data há 18 anos, no cemitério de Santa Cruz em Dili, aproximadamente 271 pessoas foram mortas ou vinheram a morrer em hospitais pouco tempo depois, 278 foram feridas e 270 desaparceram e são considerados mortas, todas vítimas de um ataque comandado pelas tropas indonésias contra uma multidão realizava um protesto pacífico contra a morte de um jovem poucos dias antes.
Este massacre, ao contrário de muitos outros que ocorreram durante o período de ocupação indonésia em território timorense, foi filmado e fotografado pelos jornalistas internacionais: norte-americanos: Amy Goodman, Allan Nairn e pelo operador de câmara britânico: Max Stahl, que fizeram uma campanha de divulgação do vídeo pelo mundo.
O Massacre de Santa Cruz desencadeou um movimento de solidariedade internacional para o Timor Leste, e foi o motivo para o Congresso Norte Americano interromper o envio de armas dos Estados Unidos como também da assistência militar prestada para as forças de segurança indonésias.
Ali Alatas, ex-ministro das Relações Exteriores da Indonésia, chama o massacre de um "ponto de virada", que pôs em marcha os acontecimentos que conduziram à independência de Timor Leste.
Por causa disso todo dia 12 de Novembro, comemora-se o Dia Nacional da Juventude, em memória da juventude que sofreu repressão e violência nesse mesmo dia há 18 anos atrás.
Percebi em Dili, nesse dia o mesmo sentimento que já havia presenciado no dia de finados no começo desse mês. Não se ouvia nenhum som de músicas pela cidade e a noite "procissões"de velas foram formadas nas ruas da cidade.
Durante a manhã, no cemitério de Santa Cruz foi realizada uma missa em memória dos mortos do massacre, que contou com a presença do Presidente da República, Dr. José Ramos-Horta, do Premiê Timorense, Xanana Gusmão e do Presidente do Parlamento Nacional Timorense, Fernando "La Sama" de Araújo.
Na oportunidade o Presidente Ramos-Horta observou que: "o Estado tem a obrigação de cuidar das vítimas do 12 de Novembro. É um imperativo moral pagar compensações aos que ficaram portadores de deficiência ou traumatizados para toda a vida por causa do que sofreram, aos órfãos e às viúvas dos que perderam a vida". E anunciou que, em 2010, será lançado um concurso para a concepção de um monumento às vítimas do massacre de Santa Cruz, monumento esse que será erguido num Jardim da Paz a inaugurar daqui a dois anos em Díli. Durante seu discurso o Chefe de Estado ainda salientou que: "Perdoar não significa esquecer, significa resistir a sermos reféns da dor que nos consome a vida" e que "O Povo Timorense tem toda a capacidade para a reconciliação, através do perdão", insistiu, lembrando que, "como prova, está o facto de jamais algum dos milhares de indonésios que ficaram a viver no novo país ter sido agredido, ferido ou morto em actos de represália".
Já o primeiro-ministro timorense disse compreender o desejo de serem identificadas todas as vítimas, mas acrescentou que é difícil a Indonésia entregar tanto os restos mortais de 1991 como os do próprio Presidente Nicolau Lobato, primeiro presidente timorense e comandante militar da resistência morto em 31 de Dezembro de 1978.
Durante a celebração no cemitério de Santa Cruz era percebido a presença de dezenas de familiares das vítimas do massacre com fotos dos desaparecidos e dos mortos no atentado.
Ainda foi realizado no Estádio Municipal de Dili um torneio de Futebol e Basquete inter-distritos, organizado pela comissão das comemorações do 18º aniversário do massacre de Santa Cruz. O objectivo do torneio foi o de prestar homenagem ao papel desempenhado pelos jovens na luta pela libertação nacional além de promover o espírito de competição saudável.
Referências:
Timor Lorosa'e Nação
ETAN (East Timor and Indonesia Network)
*Crédito de algumas fotos para: N. Andrade
Nessa mesma data há 18 anos, no cemitério de Santa Cruz em Dili, aproximadamente 271 pessoas foram mortas ou vinheram a morrer em hospitais pouco tempo depois, 278 foram feridas e 270 desaparceram e são considerados mortas, todas vítimas de um ataque comandado pelas tropas indonésias contra uma multidão realizava um protesto pacífico contra a morte de um jovem poucos dias antes.
Este massacre, ao contrário de muitos outros que ocorreram durante o período de ocupação indonésia em território timorense, foi filmado e fotografado pelos jornalistas internacionais: norte-americanos: Amy Goodman, Allan Nairn e pelo operador de câmara britânico: Max Stahl, que fizeram uma campanha de divulgação do vídeo pelo mundo.
O Massacre de Santa Cruz desencadeou um movimento de solidariedade internacional para o Timor Leste, e foi o motivo para o Congresso Norte Americano interromper o envio de armas dos Estados Unidos como também da assistência militar prestada para as forças de segurança indonésias.
Ali Alatas, ex-ministro das Relações Exteriores da Indonésia, chama o massacre de um "ponto de virada", que pôs em marcha os acontecimentos que conduziram à independência de Timor Leste.
Por causa disso todo dia 12 de Novembro, comemora-se o Dia Nacional da Juventude, em memória da juventude que sofreu repressão e violência nesse mesmo dia há 18 anos atrás.
Percebi em Dili, nesse dia o mesmo sentimento que já havia presenciado no dia de finados no começo desse mês. Não se ouvia nenhum som de músicas pela cidade e a noite "procissões"de velas foram formadas nas ruas da cidade.
Durante a manhã, no cemitério de Santa Cruz foi realizada uma missa em memória dos mortos do massacre, que contou com a presença do Presidente da República, Dr. José Ramos-Horta, do Premiê Timorense, Xanana Gusmão e do Presidente do Parlamento Nacional Timorense, Fernando "La Sama" de Araújo.
Na oportunidade o Presidente Ramos-Horta observou que: "o Estado tem a obrigação de cuidar das vítimas do 12 de Novembro. É um imperativo moral pagar compensações aos que ficaram portadores de deficiência ou traumatizados para toda a vida por causa do que sofreram, aos órfãos e às viúvas dos que perderam a vida". E anunciou que, em 2010, será lançado um concurso para a concepção de um monumento às vítimas do massacre de Santa Cruz, monumento esse que será erguido num Jardim da Paz a inaugurar daqui a dois anos em Díli. Durante seu discurso o Chefe de Estado ainda salientou que: "Perdoar não significa esquecer, significa resistir a sermos reféns da dor que nos consome a vida" e que "O Povo Timorense tem toda a capacidade para a reconciliação, através do perdão", insistiu, lembrando que, "como prova, está o facto de jamais algum dos milhares de indonésios que ficaram a viver no novo país ter sido agredido, ferido ou morto em actos de represália".
Já o primeiro-ministro timorense disse compreender o desejo de serem identificadas todas as vítimas, mas acrescentou que é difícil a Indonésia entregar tanto os restos mortais de 1991 como os do próprio Presidente Nicolau Lobato, primeiro presidente timorense e comandante militar da resistência morto em 31 de Dezembro de 1978.
Durante a celebração no cemitério de Santa Cruz era percebido a presença de dezenas de familiares das vítimas do massacre com fotos dos desaparecidos e dos mortos no atentado.
Ainda foi realizado no Estádio Municipal de Dili um torneio de Futebol e Basquete inter-distritos, organizado pela comissão das comemorações do 18º aniversário do massacre de Santa Cruz. O objectivo do torneio foi o de prestar homenagem ao papel desempenhado pelos jovens na luta pela libertação nacional além de promover o espírito de competição saudável.
Referências:
Timor Lorosa'e Nação
ETAN (East Timor and Indonesia Network)
*Crédito de algumas fotos para: N. Andrade
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