Direto de Timor-Leste
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Selecionados de Timor-Leste para o Programa PEC-PG 2011 devem chegar ao Brasil ainda em Fevereiro
Na véspera do Natal de 2010, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) presenteou com a publicação do resultado final de seu processo seletivo para o Programa Estudantes-Convênio de Pós-Graduação – PEC-PG, centenas de pessoas em todo o Mundo.
Estes candidatos selecionados serão contemplados com 90 bolsas de Mestrado apoiadas pelo CNPq, 119 bolsas de Doutorado, e 06 bolsas de Mestrado de oriundos de Timor-Leste, apoiadas pela própria CAPES.
Todas as bolsas de estudo contemplam recebimentos mensais até o fim do curso de Pós-Graduação no Brasil (Mestrado e Doutorado), além de passagem de volta para o país de origem do candidato, entre outros benefícios.
Os seis timorenses selecionados para os cursos de mestrado no Brasil e as instituições de destino destes no Brasil são, respectivamente:
Ana Jesuina Fernandes de Jesus-UFPB
Irta Sequeira Baris de Araújo-UFSC
Jaime Godinho Soares-FURB
João Bosco Ribeiro Fernandes Cabral-IFSC
Lara Maria Aquino Guterres-UFSE
Lucas João de Jesus Leite-UFSCAR
Os selecionados de Timor-Leste devem chegar ao Brasil por volta dos primeiros dias do mês de fevereiro/2011.
Desejo a todos os selecionados timorenses e em especial ao Jaime, com quem trabalhei durante o projeto Rádio Brasil durante minha permanência em Timor-Leste, e também para a Lara, uma boa viagem para o Brasil, além de muito sucesso em seus estudos.
Segue o link para o resultado completo da seleção da CAPES:
http://www.capes.gov.br/images/stories/download/editais/resultados/PECPG_Edital48_2010_ListaFinalRetificada02.pdf
Fim de Missão em Timor-Leste
Casas Sagradas Timorenses no Distrito de Los Palos (Crédito para : I.C.R.A. International - Agir pour Timor (França) - SOS Timor (Bélgica) - 1998) |
Prezados amigos leitores, em 23/12/2010 deixei mais uma vez a cidade de Dili em Timor-Leste, mas acredito que agora pela última vez.
Quando cheguei no Timor, em julho de 2008 não imaginava que permaneceria por estas terras tanto tempo. Pois, já se vão quase 3 anos.
Aprendi que quase tudo na vida precisa ter começo, meio e fim. Então com o término desta minha segunda Missão do Governo brasileiro em terras mauberes, acredito que é o fim desta minha jornada.
Espero que os próximos professores brasileiros que aqui irão chegar em futuras missões de cooperação, possam contribuir para a melhoria e o desenvolvimento deste querido país asiático.
Tentei fazer o meu melhor e me despeço feliz por saber que deixei muitos amigos neste lugar e que contribui de alguma maneira para uma pequena melhoria na vida e na formação de alguns timorenses. Minha maior vitória foi o logro de êxito do Engenheiro Jaime Godinho. Jaime trabalhava conosco no Projeto Rádio Brasil (www.radiobrasiltimorleste.blogspot.com) e foi selecionado para o Programa PEC-PG da CAPES.
Jaime agora será aluno do curso de Mestrado em Engenharia Elétrica na Universidade de Blumenau no Brasil. Esta conquista do Jaime contou com o grande apoio do Professor Sérgio Cabral da Universidade de Blumenau.
Pretendo continuar a publicar neste blog mais algumas informações sobre Timor-Leste, mesmo que a distância. Ainda resta-me escrever dicas e um roteiro de viagem para Tailândia, China e Indonésia. Gostaria de poder ainda compartilhar com todos um pequeno relato de minha viagem pela Inglaterra, Portugal e Espanha. Quem sabe no futuro, ainda escreverei sobre a minha volta ao Brasil.
Gostaria de poder ainda continuar a auxiliar as dezenas de pessoas que me escrevem mensalmente pedindo-me informações sobre o Timor. Por favor podem continuar a enviar seus comentários, irei responder a todos sempre da melhor forma possível.
Agora hau ba serviço! Adeus colega sira timor oan!
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Tuana Laran
Há 2 anos resido no Bairro de Tuana Laran em Dili, Timor-Leste. Aproximando-se a chegada de minha partida deste país, resolvi escrever a cerca da origem do nome do lugar.
A primeira visão que se tem de Díli, quando se chega ao Aeroporto Internacional Nicolau Lobato, é de uma densa floresta de palmeiras que cercam toda a pista de pouso e decolagem do Aeroporto.
Em todo o Timor-Leste podemos encontrar dois tipos de palmeiras, a Tali metan (Corypha utan) e a Tuaqueira (Arenga pinnata). Tratam-se de árvores que podem chegar a 20 metros de altura e que possuem folhas de 5 a 7 metros de envergadura.
As fibras destas palmeiras são utilizadas na cobertura das casas tradicionais timorenses e sendo bastante resistente à água do mar também eram utilizadas pelos navegadores portugueses na fabricação de cordas usadas nos barcos.
Ainda é aproveitado da tali metan a seiva, que é conhecida como tuaca. Os timorenses dão um golpe na copa da palmeira, o que faz sair a seiva. Trata-se de um líquido esbranquiçado, doce e com um leve teor alcoólico, que pode chegar a 5%, mesmo sem processo de fermentação.
Depois que a copa das palmeiras é "golpeada", constrói-se um "sistema de canalização" utilizando canas de bambu, por onde a seiva corre para dentro de garrafas plásticas de 1,5 litro ou para garrafões de 5 litros. Durante todo um dia, a seiva escorre para os recipientes.
Extração da tuaca utilizando-se bambus, no distrito de Dare. (Fonte: Augusto Lança) |
Destilando-se a tuaca, obtém-se ainda o tua sabu, uma espécie de aguardente. Por acidificação acética a tuaca transforma-se em tua sin, uma espécie de vinagre. À partir da tuaca ainda se obtém o açúcar de palma, muito consumido em todo o sudeste asiático.
Sabu significa em língua mambai, bruxa ou bruxaria. A designação da bebida foi dada pelos antigos timorenses, que acreditavam que o corpo de uma pessoa que consumia uma grande quantidade de tua sabu, era apoderado por uma espécie de bruxaria e por isso saía a fazer atos sem dominar completamente os sentidos.
Tuaca em garrafas plásticas |
Atualmente em vários distritos timorenses, centenas de famílias sobrevivem exclusivamente da produção do tua mutin e do tua sabu. Algumas destilarias timorenses ainda produzem álcool etílico, à partir da tali metan.
Voltando à origem do nome do bairro Tuana Laran, tuana, vem de tua, que em língua tétum significa vinho ou bebida alcoólica. Já laran, significa em tétum, "interior". O nome do lugar, deve-se então a grande presença das palmeiras tali metan e tuaqueira em todo o bairro.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Presidente de Timor-Leste felicita a Presidenta Eleita do Brasil, Dilma Rousseff
Prêmio Nobel da Paz e Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta |
O Prêmio Nobel da Paz e Presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, felicitou ontem, 01/11, a eleição da nova Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, no segundo turno das eleições disputas domingo.
Ao parabenizar a nova Presidenta do Brasil, Ramos Horta manifestou a sua alegria pelo resultado da eleição presidencial e expressou seus votos para que as relações entre o Brasil e Timor-Leste continuem a ser "exemplares".
"É com grande alegria que, em meu nome e no do Povo Timorense, envio as mais calorosas saudações pela vitória nas Eleições Presidenciais e transmito o desejo do maior sucesso para o exercício da mais Alta Magistratura que o Povo Irmão do Brasil lhe confiou", declarou o Presidente Timorense.
Resultado final das Eleições Presidenciais brasileiras segundo site do TSE |
Créditos da postagem e imagens:
Tribunal Superior Eleitoral do Brasil
Diário Digital / Agência Lusa
Diário Digital / Agência Lusa
Sapo.pt
domingo, 31 de outubro de 2010
Dilma Rousseff, a nova Presidenta do Brasil
Em um dia que entrará para a história, o povo brasileiro elegeu seu trigésimo sexto presidente, o quarto após a redemocratização do País, e pela primeira vez em 121 anos de República, uma mulher irá ocupar o cargo máximo do Brasil.
Dilma vota em seção eleitoral na cidade de Porto Alegre |
Em uma das eleições mais disputadas dos últimos anos, Dilma obteve no segundo turno de votação, mais de 55 milhões de votos (56% dos votos válidos) pela "Coligação para o Brasil seguir mudando", formada pelos partidos PT, PMDB, PCdoB, PDT, PRB, PR, PSB, PSC, PTC e PTN. Ela também afirmou em seu primeiro discurso que fará um governo com foco na erradicação da pobreza, no fortalecimento da economia nacional e fará esforços por uma reforma política que eleve os valores republicanos. Dilma contou ainda o que aprendeu com o maior líder que o país já teve, no caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um pouco sobre a nova Presidenta do Brasil:
Dilma Vana Rousseff é economista, nasceu em uma família de classe média alta na cidade brasileira de Belo Horizonte. Tem 62 anos de idade e é filha de pai búlgaro naturalizado brasileiro e de mãe brasileira. Em 1986 filia-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) e após participação no Governo do Estado do Rio Grande do Sul, como Secretária Estadual de Energia, Minas e Comunicações, passou a compor em 2002 a equipe de Governo do Presidente Lula, primeiro como Ministra de Minas e Energia, onde permaneceu até 2005, quando foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil.
Presidente Lula vota na cidade de São Bernardo do Campo em São Paulo e se mostra confiante na vitória de Dilma |
Com um passado de luta pela redemocratização do Brasil, Dilma após o fatídico Golpe Militar de 1964 no Brasil, passou a compor organizações guerrilheiras que lutavam contra o regime militar implantado no Brasil, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). Por estas participações, Dilma foi presa pelo Regime Militar, entre os anos de 1970 e 1972, onde sofreu sessões de tortura.
Dilma sobreviveu ao câncer (linfoma) em 2009 e teve como principal trunfo da campanha o balanço econômico dos anos do governo Lula, com um “crescimento espetacular” que permitiu que mais de 10% da população saísse da pobreza.
Dilma sobreviveu ao câncer (linfoma) em 2009 e teve como principal trunfo da campanha o balanço econômico dos anos do governo Lula, com um “crescimento espetacular” que permitiu que mais de 10% da população saísse da pobreza.
Dilma e o Presidente Lula em foto para a campanha eleitoral |
Repercussão Internacional:
Logo após a definição da eleição, vários líderes mundiais se manifestaram saudando a primeira mulher a chegar à presidência no Brasil. O primeiro a fazê-lo foi o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que transmitiu suas "muito cálidas felicitações" a Dilma em um comunicado emitido logo após a divulgação dos resultados oficiais que foi publicado em seu Twitter. Logo na sequencia, o presidente venezuelano Hugo Chávez chamou Dilma de “companheira” em seu programa semanal. O Presidente de El Salvador, Mauricio Funes, o Presidente e o Primeiro-Ministro português, respectivamente, Aníbal Cavaco Silva e José Sócrates, o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero e o governo da Argentina, através de comunicados oficiais também parabenizaram a nova presidenta do Brasil, desejando-lhe boa sorte e se mostraram desejosos de que seus países possam continuar a manter boas relações com o Brasil.
Logo após a definição da eleição, vários líderes mundiais se manifestaram saudando a primeira mulher a chegar à presidência no Brasil. O primeiro a fazê-lo foi o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que transmitiu suas "muito cálidas felicitações" a Dilma em um comunicado emitido logo após a divulgação dos resultados oficiais que foi publicado em seu Twitter. Logo na sequencia, o presidente venezuelano Hugo Chávez chamou Dilma de “companheira” em seu programa semanal. O Presidente de El Salvador, Mauricio Funes, o Presidente e o Primeiro-Ministro português, respectivamente, Aníbal Cavaco Silva e José Sócrates, o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero e o governo da Argentina, através de comunicados oficiais também parabenizaram a nova presidenta do Brasil, desejando-lhe boa sorte e se mostraram desejosos de que seus países possam continuar a manter boas relações com o Brasil.
O presidente Português também convidou a Presidenta eleita para fazer uma visita em breve à Portugal.
Dilma discursa como Presidenta Eleita do Brasil |
O Presidente timorense e Prêmio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, já havia declarado no último dia 18, em entrevista concedida à agência Lusa, que "Dilma Rousseff, caso eleita, vai continuar a "grande obra" de Lula da Silva" e que "as relações vão continuar exemplares entre dois países irmãos, seja qual for o novo Presidente do Brasil". Dilma acompanhou o Presidente Lula na visita Oficial à Timor-Leste, ocorrida em11 de Julho de 2008.
Presidente Lula, acompanhado pelo Presidente Timorense, José Ramos Horta em visita oficial à Timor-Leste em 2008 |
Créditos para fotos e matéria:
Tribunal Superior Eleitoral do Brasil (TSE)
Agência EFE
Agência Lusa
Sítios: www.dilma13.com.br, maisgaropaba.spaces.live.com e msn.com.br
Segundo turno das eleições brasileiras em Timor Leste
Às 17 horas em Díli do dia 31 de outubro de 2010 (6 horas também do dia 31 em Brasília), era encerrada na seção eleitoral número 103, instalada nas dependências da Embaixada do Brasil em Díli (Timor-Leste), a votação do segundo turno para presidente do Brasil.
Dos 130 eleitores brasileiros inscritos na seção eleitoral em Dili, apenas 68 compareceram para a votação que transcorreu normalmente. A abstenção de 47,7%, contra 41,5% registrada no primeiro turno realizado no último dia 03 de outubro, pode refletir o fato de que muitos dos eleitores brasileiros em Timor-Leste, residem em distritos do interior do país, e as fortes chuvas dos último mês, pode ter atrapalhado o deslocamento dos mesmo para a capital Dili.
O resultado da votação em Timor-Leste contrariou as seguidas vitórias do candidato José Serra por outras seções eleitorais instaladas em várias Embaixadas e Consulados brasileiros pelo Mundo, além de mostrar claramente a migração dos votos dados a candidata Marina Silva no primeiro turno, para a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff.
Candidata vitoriosa na seção eleitoral instalada em Timor-Leste, Sra. Dilma Rousseff |
Portanto, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil em Brasília, tivemos o seguinte resultado apurado em Díli:
Dilma Rousseff (Partido dos Trabalhadores - PT): 44 votos (68% dos votos válidos)
José Serra (Partido da Social Democracia Brasileira -PSDB): – 21 votos (32% dos votos válidos)
Votos em branco: 2 votos
Voto nulo: 1 voto
Mas o grande vencedor desta disputa eleitoral foi a Democracia brasileira, que saiu mais uma vez fortalecida.
sábado, 16 de outubro de 2010
Terceiro tremor em Outubro!!
Continuando com a seção abalos sísmicos na região de Timor-Leste, o sismógrafo do Centro Norte-Americano de Geologia (USGS), na região da Austrália, registrou mais um tremor de terra, dessa vez de magnitude 6.1 na Escala Richter.
O sismo aconteceu na madrugada do dia 17/10/2010, às 00:44:32hs, hora local de Timor-Leste, (12:44:32 do dia 16/10/2010, hora de Brasília), na região indonésia de Kepulaun Barat Daya, a 135 km ao Norte de Dili e a 795km ao noroeste da cidade australiana de Darwin. As coordenadas do epicentro que aconteceu a 20km de profundidade foram: 7.343°S, 125.662°E.
Tremores com intensidade maiores que 6, são considerado fortes e podem destruir zonas num raio de até 180 quilômetros em áreas habitadas. Felizmente não tivemos maiores danos na cidade de Dili, mas a cadeira que estava sentado no momento preciso do abalo, parecia que estava dentro de um barco a caminho de Ataúro. Como o evento foi de madrugada, acredito que poucas pessoas sentiram o tremor.
Esse foi o terceiro tremor de terra registrado no mês de outubro, nas cercanias de Timor-Leste. Acredito que um alerta de Tisunami será emitido pelo Centro de Monitoramento de Tsunamis do Pacífico ou pelas autoridade indonésias em poucas horas.
O epicentro está localizado logo atrás da ilha timorense de Ataúro. Essa região pode vir a registrar um aumento no tamanho das ondas, devido ao abalo sísmico.
O epicentro está localizado logo atrás da ilha timorense de Ataúro. Essa região pode vir a registrar um aumento no tamanho das ondas, devido ao abalo sísmico.
Localização do Tremor de terra |
Fonte e crédito para a figura: http://earthquake.usgs.gov
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Eleições brasileiras em Timor-Leste!
No último dia 03 de outubro, muitos ainda dormiam no Brasil, quando foi encerrada na seção eleitoral instalada nas dependências da Embaixada do Brasil em Dili (Timor-Leste) a votação para presidente do Brasil.
130 eleitores brasileiros estavam aptos a votar em Dili. Destes, apenas 76 eleitores compareceram para a votação, que transcorreu normalmente e foi encerrada às 17 horas no horário local, 5 horas da manhã do dia 03/10 em Brasília.
Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, o resultado da votação em Timor-Leste foi
o seguinte:
Marina Silva (Partido Verde - PV): 40 votos (52%)
Dilma Rousseff (Partido dos Trabalhadores - PT): 26 votos (34%)
José Serra (Partido da Social Democracia Brasileira -PSDB): – 9 votos (12%)
Plínio Arruda (Partido Socialismo e Liberdade - PSOL): 1 voto (2%)
domingo, 3 de outubro de 2010
Mais um terremoto na região de Timor-Leste.
Segundo informações do Serviço Geológico Norte-Americano (USGS), às 20:29hs (horário de Dili) do dia 02/10/2010, um tremor de magnitude 5.4, atingiu a região do Mar de Banda a 400km da capital timorense. No dia 30/09/2010, um outro terremoto de magnitude 5.2, atingiu a mesma região no Mar de Banda, às 04:06 da madrugada, também no horário de Dili.
Um alerta de Tisunami foi emitido, mas logo depois suspenso pelas autoridades indonésias.
No tremor do dia 02/10, eu acabava de chegar de uma viagem a Atauro e senti a cama tremer, pensei que era ainda efeito da viagem de 3 horas de barco, mas imediatamente um dos professores que acompanhou meus alunos nessa viagem para Atauro, me ligou apreensivo, pois tudo em sua casa, havia caido no chão!!
Logo depois consultei outras pessoas aqui em Dili e ninguém mais sentiu o tremor, e meus vizinhos não bateram nos pratos e panelas (aviso dos locais para eventos dessa natureza), mas o sismógrafo instalado na região, registrou o evento.
Timor-Leste está localizado na região chamada de cinturão de fogo do Pacífico, uma região com intensa atividade geológica, com muitos vulcões em atividade e muitos terremotos.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Terremoto de magnitude 4.6 atinge a Região de Dili em Timor Leste
Um moderado terremoto (sismo) atingiu hoje 20/07/2010, a cidade de Dili em Timor-Leste.
Foi o terremoto mais forte que eu já presenciei em Timor-Leste. Em outras oportunidades a força do sismo não havia sido tão grande, embora o tremor de outros dias tenha tido uma maior duração. Acredito que a razão para a força do tremor foi a proximidade do epicentro da cidade de Dili.
Foi o terremoto mais forte que eu já presenciei em Timor-Leste. Em outras oportunidades a força do sismo não havia sido tão grande, embora o tremor de outros dias tenha tido uma maior duração. Acredito que a razão para a força do tremor foi a proximidade do epicentro da cidade de Dili.
O movimento sísmico na capital timorense ocorreu às 18h49, hora local (06h49 em Brasília) com epicentro registrado a 10km ao noroeste (WNH) de Dili e profundidade de 10.2km, na localização 8,540 ° S, 125,494 °.
Segundo o Centro Norte-americano para Terremotos (USGS), o sismo atingiu a magnitude de 4.6 na Escala Richter. O sismógrafo do USGS registrou a hora exata do acontecimento, 06:49:28 no epicentro (10:49:28 UTC). O evento foi identificado pelo USGS pelo código us2010yya2.
O sismo durou entre 3 e 5 segundos e tive a sensação que a casa estava saindo do lugar. Lembrei imediatamente do tremor que ocorreu no Haiti em janeiro desse ano, onde milhares de pessoas morreram e lembrei do terremoto que aconteceu ontem (19) em Papua, onde 2 pessoas morreram e foi emitido um alerta de tisunami.
Aparentemente o tremor de hoje em Timor-Leste não trouxe vítimas e nem maiores danos aos edifício, mas minha primeira ação quando ouvi o bater dos pratos nas casas, foi ir para a rua. Lembrando que é hábito em Timor, quando acontece um terremoto bater em pratos. Segundo os timorenses mais velhos, esse hábito vem da crença local que Deus (Maromak) leva o planeta Terra em seus ombros, e quando Deus dorme, deixa a Terra cair. O bater dos pratos seria para "acordar Deus". Semana passada ouvi outra versão para a mesma lenda. Segundo esse novo relato, deve-se bater nos pratos para lembrar Maromak que ainda estamos aqui na Terra e que não queremos morrer.
Timor-Leste está localizado próximo a região do Cinturão de Fogo do Pacífico, uma área com uma grande quantidade de abalos sísmicos. Este foi o quinto terremoto que eu senti desde julho de 2008. Um terremoto de magnitude 4.5 na escala Richter libera quantidade de energia equivalente a 5100 toneladas de TNT.
Referências e crédito das imagens para:
- U.S. Geological Survey, National Earthquake Information Center - World Data Center for Seismology, Denver - http://neic.usgs.gov
domingo, 4 de julho de 2010
Malai! Malai!
Uma das primeiras palavras que aprendi na língua tétum foi "Malae" ou "Malai", no português falado em Timor Leste.
Sempre foi-me dito que "malai" sgnificava estrangeiro, um parente próximo da expressão "Gringo" que utilizamos com frequencia no Brasil, quando nos referimos a um estrangeiro.
Fiquei muito curioso com a origem dessa palavra, já que segundo percebi, é uma das primeiras expressões que as crianças aprendem falar. Nós brincamos e dizemos que as crianças aprendem falar Malai antes de mamãe!
É muito comum um estrangeiro passar na rua e ouvir Malai bom dia, Malai para onde vai, Malai me dar um rebuçado (a nossa bala). Quando se trata de crianças, que sempre estão em grandes grupos, eu sempre escuto, Malai, Malai, Malai... e elas só param de gritar quando eu olho e as cumprimento com um oi!!
Alguns colegas s acham que Malai é uma palavra pejorativa, que é uma forma dos timorenses dizerem que nós somos os estrangeiros. Eu sempre rebato e digo, como pode ser pejorativa uma palavra dita por uma criança, que às vezes nem sabe andar direito. Aí sempre escuto, ah foi o pai dela que ensinou.
Então resolvi "acabar" de vez com a discussão e procurei a origem dessa palavra.
Alguns timorenses me afirmaram que a palavra "Malai" tem origem na palavra Malay, que pode designar a língua austranésia falada na Malaysia, Indonesia, Singapore, Brunei e Tailândia o Bahasa Melayu e suas variações, ou então os habitantes da Malaysia. A explicação para isso é que um dos primeiros estrangeiros a chegar na ilha de Timor Leste, foram os malasianos e por isso o uso do termo.
Já ouvi outra explicação para a palavra. Os primeiros estrangeiros que chegaram aqui em Timor Leste, traziam malas e os nativos nunca haviam visto malas e quando aprenderam o nome Mala, associaram Mala a Malai, ou seja aquele que carrega malas (estrangeiro).
Essas duas origens diferentes para a mesma palavra carecem de uma boa referência histórica, que eu não consegui encontrar.
Buscando em artigos científicos e em textos na internet encontrei as seguintes citações no site East Timor Studies de João Paulo Esperança:
"A. Mendes Corrêa no seu "Timor Português" (1944) diz que "por malai entendem os indígenas de Timor os estranhos, os Malaios de outras ilhas, os Chinas, os negros de África, os Árabes, os Portugueses metropolitanos, os Holandeses, os Europeus em geral. Os timorenses não se consideram Malaios, muito pelo contrário."
"Luís Thomaz num artigo de 1974, "Timor – Notas histórico-linguísticas", pág. 231, defende que: "Por sua vez o nome que os malaios dão a si mesmos – melayu – tornou-se em Timor, sob a forma malae sinónimo de "estrangeiro, pessoa de fora de Timor" - recordação do tempo em que os malaios eram os únicos estrangeiros que apareciam nas costas da ilha. Osório de Castro nota que em Maluco o termo melayu é usado com o mesmo sentido." Essa citação justifica a primeira origem da palavra que eu expus.
Mas mesmo com essas duas citações, algumas pessoas acreditam que Malai e Melayu, tem significados e origens diferentes.
Crianças timorenses
Foto do Blog da Missão Científica Botânica em Timor-Leste
Ainda com referência a pesquisa feita por João Paulo Esperança, Aone van Engelenhoven e John Hajek dizem-nos No seu artigo "East Timor and the Southwest Moluccas: Language, Time and Connections" (2000), (pág. 121):
«A importante distinção entre os chamados `donos da terra' e `donos dos barcos' nas ilhas do Sudoeste das Molucas é não apenas crítica para as estruturas sociais na região, mas também um importante indicador histórico das relações com Timor no passado. Os ornusa ou clãs `donos da terra' eram os verdadeiros senhores da terra, que já viviam nas ilhas antes da chegada dos `donos dos barcos'. Há textos históricos que revelam que a chegada dos donos dos barcos foi despoletada pela destruição da sua `Ilha Mãe'. Esta destruição é tradicionalmente explicada como o castigo supremo por uma luta fratricida que era proibida. Os nomes usados nestas histórias fornecem pistas importantes sobre ligações com Timor. Qualquer coisa que inclua malai como elemento reverte para Timor – o que se vê por exemplo em Sairmalai, o nome timorense do herói letinense Slerleti. ((32 A palavra malai, apesar das aparências, não tem nada a ver com Malay (ing.) [ou malaio (port.)], uma malformação europeia de melayu.)) O resultado é que todos os heróis, e consequentemente também os clãs que deles descendem, são considerados como sendo de origem timorense. O segmento Malai (lit. `Timor') em muitos apelidos de família é altamente reverenciado devido à sua referência óbvia. Os exemplos incluem os apelidos Pelmalai `aliado timorense' na ilha de Nila, e Maranmalai na ilha de Léti.
Reuniões recentes entre famílias keienses e do Sudoeste das Molucas na Holanda revelaram como ambos os lados tinham em comum narrativas semelhantes sobre a destruição de uma terra ou continente no ocidente (centrado na área de Timor-Luang). As histórias dos clãs falam sobre barcos que navegavam para o oriente a partir de Lun-Let, o nome keiense para o continente que era Luang. Os mitos letinenses contam-nos sobre pessoas que navegavam para e de Timor, e sobre o estabelecimento de povoações de `donos de barcos' na costa de Malakitna-Malaliawna, o irmão mais novo (com malai `Timor' bastante evidente).
Ancião timorense
Foto de Celina Silva
As ligações entre comunidades em Timor-Leste e no Sudoeste das Molucas mantiveram-se mais directamente até tempos relativamente recentes. Alianças formais tradicionais, por exemplo, foram mantidas entre os governantes tradicionais de Kísar e Baucau até perto de meados deste século, mas acabaram por ser quebradas pelos portugueses. Também é verdade que laços de comércio tradicional foram mantidos até mais recentemente ainda, particularmente com comerciantes que falavam tétum de Leti e de Luang que se sabia visitarem Timor-Leste.» (A tradução do inglês é minha.)
Lendas na língua de Léti que mencionam esta ligação a Timor (Malai), e a sua análise antropológica e linguística, podem ser consultadas no livro de Aone van Engelenhoven "Leti, a language of Southwest Maluku" (2004), por exemplo nas págs 328, 329, 398.
Os dados destes autores relativos à antroponímia parecem ocorrer também entre os fatalucos da Ponta Leste de Timor, conheço uma moça de lá, de uma família "ratu" (da nobreza), cujo nome tradicional (o do knua, não o dos documentos nem o "nome de estima" de casa) é Jar Malai. Na segunda parte do "Léxico Fataluco-Português" do Padre Alfonso Nacher, publicado na revista do Instituto Nacional de Linguística (2004), na pág. 122 pode ver-se que nesta língua a palavra "malai" pode significar "estrangeiro" mas também "liurai" (rei).
Referências:
http://groups.yahoo.com/group/east-timor-studies/message/3724
"Advinha quem veio para o almoço?"
Após um longo período sem postar, devido exclusivamente a falta de tempo, hoje (04/07/2010) estou reativando meu blog e nada melhor do que falar de um dos animais símbolos do país o Tokê (Gecko verticillatus).
Tokê
Foto: (Tokay Gecko Morphs 2008)
Segundo o dicionário de Luís Costa, Maio 2000, citado por "sitiodosolnascente.blogspot.com",o Tokê, Tokay Gecko ou ainda Toko é “um lagarto cuja voz emita esta palavra”. A espécie consegue emitir esse som característico, devido a uma modificação em seu aparelho nasal (carece de referência).
Segundo os habitantes mais antigos da Ilha de Timor Leste, o Tokê repete o som "To Kê" até um número de vezes que indica que horas são. Certo é que eu contei e esse número não passou de 8 vezes.
O animal pode chegar a 30 cm de comprimento, tem hábitos noturnos e é insetívoro. Habita toda a Ilha de Timor Leste (carece de referência), e ainda é encontrado no nordeste da Índia e Bangladesh, Birmânia, Tailândia, sul da China, Malásia, arquipélago da Malásia, Indonésia, Filipinas, arquipélago de Sulu e Austrália (Seufer Hermann 1995). Esta espécie foi também introduzida a Florida, Hawaii, Martinica e Belize e é considerada uma espécie invasora.
Na Tailândia são considerados precursores de sorte, fortuna e fertilidade e e lá e em várias partes do mundo, esses animais são criados como animais de estimação. É ainda utilizado na medicina chinesa como remédio. O corpo após a evisceração é esticado e preso e colocado para secar, então todo o corpo do animal é utilizado na tradicional medicina chinesa, mas a cauda é utilizada particularmente no tratamento da tuberculose (Zhao & Adler, 1993).
Uso do Tokê na tradicional medicina chinesa
Foto: (Museu de Biodiversidade Raffles)
A Timor Telecom (TT), única empresa de telefonia em Timor-Leste, em homenagem ao lagarto, resolveu denominar seus cartões de recarga de celulares pré-pagos de TOKE, numa alusão ao animal símbolo de Timor Leste.
Tokê Granito Azul e Laranja
Foto: (Ingo Kober)
Acontece que hoje na hora do almoço, um desses animais resolveu visitar minha cozinha. O exemplar tinha por volta de 25cm e era muito agressivo.
Este veio para o Almoço
Ao tentar expulsá-lo com uma vassoura, ele atacou e emitiu o seu som característico. Após várias tentativas e muitos outros ataques, finalmente consegui colocá-lo em uma caixa de papelão e transportá-lo para fora de casa.
Desceu da parede e ainda fez pose para a foto!
Passada minha primeira aventura do dia, foi a hora de preparar o almoço, e hoje foi especial, preparei Strogonoff, não de Tokê, mas de Frango!
Um abraço a todos e até a próxima.
Referências:
sitiodosolnascente.blogspot.com
www.gekkonids.info
http://snakesnadders.tripod.com/id15.html
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Pelo segundo ano consecutivo, carnaval volta às ruas de Dili - Timor-Leste!
Cartaz oficial do evento
Com o intuito de fixar o evento no calendário do sudeste asiático, o Ministério do Turismo, Comércio e Indústria (MTCI) timorense com o apoio da Embaixada Brasileira em Dili, promoveu pela segunda vez após a Independência de Timor-Leste o carnaval nas ruas de Dili, com o tema: "Alegria na Liberdade e Pluralidade".
A festa de carnaval inicialmente programada para acontecer entre os dias 12-16/02, teve seu início às 15:00Hs (hora local) do dia 14/02/2010 (domingo), no Ginásio da Universidade Nacional Timor Lorosa'e (UNTL) em Dili, com a apresentação de atividades culturais e de bandas locais.
Às 19:00Hs o Premier timorense, Xanana Gusmão, fez a abertura oficial do carnaval de Timor-Leste. Logo em seguida foi entregue a chave da cidade ao rei momo e aconteceram então, desfiles de roupas tradicionais e modernas, concursos de fantasias, apresentação da cantora brasileira residente em Sydney (Austrália), Jeanne Bastos e de um grupo de DJ's indonésios.
A cantora brasileira animou as dezenas de timorenses e estrangeiros presentes no ginásio, com os "hits": "Sorte Grande" da brasileira Ivete Sangalo e "Toque de Timbaleiro" da banda brasileira Timbalada, entre outros. Já as bandas locais deram um toque de rumba flamenca, um estilo musical variante do flamenco tradicional ao evento, ao tocarem clássicos como: "Bamboleo" e "Volare", do grupo francês Gipsy Kings.
Finalizando a noite, um grupo de Dj's indonésios vindos de Jakarta, acompanhados de duas dançarinas, animaram os presentes com clássicos da "dance music". O evento do dia 14 foi finalizado por volta de meia-noite.
Dia 15/02 o evento carnavalesco continuou com a apresentação de uma banda musical no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Dili. Por volta das 14:30Hs o Ministro do Turismo, Comércio e Indústria timorense juntamente com o Embaixador brasileiro fizeram a abertura oficial do "desfile de carnaval". Este foi animado mais uma vez pela cantora Jeanne Bastos que conduziu os "foliões" pelas ruas de Dili até o Estádio Municipal da cidade. Segundo o programa oficial do evento, no Estádio após o fim do desfile de carnaval, aconteceriam competição de fantasias e apresentação de bandas locais e de DJ's indonésios.
Diferentemente do ano passado, onde um professor brasileiro foi agredido por um policial da GNR, nenhum incidente mais sério foi registrado, somente as fortes chuvas que assolaram a capital timorense e que tiraram um pouco do brilho da festa do dia 15, último dia do evento em Timor-Leste. Diferentemente de outros países, o Timor não considera como "feriado" o "período momino" e com isso restringe a participação de muitos no evento.
Vale ressaltar que a decoração do evento ficou a cargo de alguns professores da Cooperação Brasileira de Educação em Timor-Leste.
Banda local anima os presentes ao som de rumba flamenca
Dezenas de timorenses e estrangeiros lotaram as arquibancadas do ginásio da UNTL
Desfile de trajes típicos e modernos também marcaram o evento
Animados pela brasileira Jeanne Bastos, muitos foliões timorenses e estrangeiros cairam na folia
DJ's e dançarinas indonésias animam os presentes e finalizam a festa do dia 14
Para ler mais sobre o carnaval de Timor-Leste:
Fotos: Arquivo pessoal e MTCI
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Viagem para Tailândia (Bangkok, Kanchanaburi, Phuket Town e Phi Phi) - Parte I
Bangkok - Cidade dos Anjos, Grande Cidade dos Imortais, Magnífica Cidade do Deus Indra, Sede do Rei de Ayutthaya, Cidade dos Templos Brilhantes, Cidade dos Esplêndidos Palácios e Domínios do Rei, Casa do Vishnu e de todos os Deuses.
Essa seria a primeira vez que eu iria voar pela empresa AirAsia, uma companhia aérea de baixo custo com bases na Malaysia, Indonésia e Tailândia. No momento da compra da passagem pela internet, nada estava incluso no preço inicial da passagem, então tive que pagar o equivalente a US$ 1,50 para escolher o assento no avião, 4 dólares de seguro caso minha mala fosse extraviada, 3 dólares para poder pagar com cartão de crédito e finalmente 4 dólares para poder levar uma mala de 15kg.
O trecho Bali-Bangkok com tudo incluso saiu por 136 dólares americanos. Foi uma economia excelente, pois o mesmo trecho na empresa Thai, custava na época quase 300 dólares. Na AirAsia a comida e a bebida também não está inclusas, mas pagando em torno de 6 dólares a bordo você consegue fazer uma média refeição. O atendimento a bordo foi muito bom, o vôo saíu no horário e embora o espaço na aeronave fosse menor e o avião estivesse lotado, valeu a pena voar pela AirAsia, recomendo!
Desembarcamos em Bangkok às 15h30min do dia 23/12/2009, 4 horas e vinte minutos após partir de Bali. O novo Aeroporto de Bangkok (inaugurado em 2006) tem o nome de Suvarnabhumi (BKK) que significa "País Dourado" e é o maior aeroporto da cidade de Bangkok e o décimo sétimo mais movimentado do mundo em vôos internacionais e nacionais. Bangkok é um dos principais centros aéreos da Ásia totalizando mais de 81 milhões de passageiros ficando atrás apenas de Tóquio.
A Tailândia e mais de 120 países exigem o certificado internacional de vacinação contra febre amarela de pessoas que vieram de áreas infectadas, incluindo o Brasil. A vacina contra febre amarela pode ser tomada gratuitamente no Aeroporto de Guarulhos e em alguns outros Aeroportos Internacionais, além de centros de saúde. Após tomar a vacina, você terá de trocar o comprovante de vacinação pelo certificado internacional de vacinação no departamento de Saúde dos Aeroportos ou nos escritórios da ANVISA nos estados. Lembrando que sem o cartão, você dificilmente entrará na Tailândia.
Então após o desembarque, antes de ir pra fila da imigração, no corredor logo anterior a essa à direita, encontramos o guichê do "Health control". Lá vários brasileiros estavam preenchendo um formulário que deveria ser apresentado juntamente com o passaporte, o cartão de desembarque e o certificado internacional de vacinação para a atendente do "Health control". A atendente não era muito simpática e simplesmente olhava o cartão e de uma forma bem brusca após carimbar o formulário, grampeava o mesmo no passaporte e nos entregava.
Após o "Health control", enfrentamos sem nenhum problema a gigantesca fila da imigração, depois foi só pegar as malas, trocar dólar para o bath (1 bath vale aproximadamente 0,03 dólar) e seguir para a Khao San Road, onde eu havia reservado um hotel.
No primeiro andar do gigantesco aeroporto de Bangkok existem as paradas dos ônibus e de taxi que levam diretamente para vários Bangkok. O aeroporto está localizado há aproximadamente 29kms do centro de Bangkok, distância essa que leva cerca de 1hora para ser feita de ônibus, devido ao trânsito intenso da capital tailandesa, embora essa seja servida de excelentes rodovias de alta velocidade.
Além do serviço de taxi (O custo dos táxis com taxímetro em Bangkok começa em 35 baht para os três primeiros quilômetros e aproximadamente 5 baht por km rodado, quando parado ou no trânsito a contagem passa a ser por tempo, além de algumas taxas quando esse é apanhado no aeroporto) ,você pode utilizar os seguintes serviços para sair do Aeroporto:
Trem:
-Suvarnabhumi Airport Rail Link (Suvarnabhumi Airport - Phaya Thai)
-Em dezembro/2009 foi inaugurado uma linha de trem que liga o Suvarnabhumi Airport para o centro de Bangkok (150 baths por pessoa).
Airport Express bus (Em média custam entre 150-300baths):
-Linha AE1 (Silom Road)
-Linha AE2 ( Khao San Rd)
-Linha AE3 ( CentralWorld)
-Linha AE4 ( Hua Lamphong)
Então, conforme a orientação do hotel, no primeiro andar do aeroporto, pegamos o ônibus AE 2, pagamos 150bath (cerca de US$ 4,50) e pedimos para descer na última parada da Khao San road.
Embarque em Bali
Estátua de Gatot Kaca e Karna, da Guerra Baratayudha. Grandioso monumento na entrada do Aeroporto de Bali.
Dia 23/12/2009 embarcamos em Bali com destino a Bangkok pela empresa AirAsia. Mas, antes do embarque, algumas coisas aconteceram:
Uma dica para os que embarcam na Indonésia: a taxa aeroportuária nos aeroportos na Indonésia não está inclusa na passagem aérea e deve ser paga após o checkin. Não existe nenhum aviso no aeroporto sobre o pagamento dessa taxa e como a maioria dos passageiros está acostumada a não pagar mais nada depois que compra as passagens, muitos acabam trocando suas rupias indonésias por dólares americanos, antes do embarque, ou alguns nem fazem previsão no orçamento para essa despesa e acabam no momento da saída da Indonésia tendo problemas. A taxa aeroportuária custa 150000 rupias indonésias, mas pode ser paga em dólares americanos, vai valer a taxa de câmbio deles. 150000 Rupias Indonésias valem mais ou menos 15 dólares americanos.
Após pagarmos a taxa do aeroporto e passarmos pela emigração, fomos para o portão de embarque, antes, porém passei no banheiro para lavar o rosto, já que o cheiro forte de incenso do Aeroporto de Bali não estava me fazendo bem. Durante as viagens costumo usar uma espécie de "doleira" para guardar meu passaporte e dinheiro. Antes de lavar o rosto, para não molhar a "doleira", tirei-a e a coloquei em um cabide na parede. Sai do banheiro e por não está nada bem devido ao cheiro do incenso, esqueci a “doleira” na parede. Fui normalmente para o portão, passei no raio-x e quando fui guardar o passaporte, foi quando me dei conta de que a havia esquecido. Gelei na mesma hora, todo o dinheiro para minha viagem e meu passaporte estavam ali. Expliquei aos oficiais da polícia indonésia que precisava sair do portão de embarque pois havia esquecido minha carteira no banheiro e sai correndo. Minha esperança era que ninguém houvesse entrado no banheiro após eu sair. Graças a Deus, a “doleira” estava no mesmo lugar que eu havia deixado. Voltei aliviado para o portão, dessa vez passei direto pelo raio-x e fui o alvo de admiração dos policiais indonésios que diziam que eu tinha muita sorte.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Viagem para Bali
Dia 20/12/2009 partimos de Timor-Leste para a ilha de Bali, uma das quase três mil ilhas da Indonésia. Bali, Singapura e Darwin (Austrália) são os únicos destinos aéreos saindo de Timor-Leste. Saindo do Timor para Bali são vôos diários pela empresa Indonésia Merpati e uma passagem de ida e volta custa 340 dólares americanos. Existe uma alternativa que é ir de Dili até Koupang na Indonésia de ônibus (30 dólares e 12 horas de viagem) e de Koupang para Bali a passagem aérea de ida e volta custa 200 dólares americanos e é uma boa para quem quer economizar dinheiro, mas as 12 horas de viagem não me encorajam.
Eu tinha 15 dias de recesso de fim de ano e queria ir além de Bali a Tailândia e a Malaysia, então tinha que dividir bem o tempo em cada lugar. Como já era minha quarta vez em Bali, decidi deixar somente 3 dias nessa ilha e aproveitar o restante do feriado nos outros países. Chegando a Bali, você pode tirar o visto de entrada no próprio aeroporto (visa on arrival), necessita somente ter um passaporte com mais de 3 meses de validade e esperar uns 40 minutos em uma fila. Um visto single de 15 dias custa 20 dólares americanos. A Indonésia tem um acordo com o Brasil que isenta do pagamento do visto brasileiros portadores de passaporte diplomático e de serviço, bastando que o titular do passaporte emita com antecedência em uma representação diplomática da Indonésia seu visto, que pode ser simples (vale uma única jornada na Indonésia, tem validade de 15 dias), de trânsito (igual ao simples, só que a validade é de somente 7 dias), múltiplo (pode ficar 15 dias na Indonésia e o visto vale 3 meses, podendo entrar e sair do território indonésio quantas vezes quiser) e duplo trânsito (igual ao simples, só que pode entrar e sair uma vez da Indonésia).A Embaixada da Indonésia que decide qual visto você tem direito, como também o prazo de permanência, geralmente se você escreve no formulário de solicitação que vai visitar outros países além da Indonésia eles lhe concedem um visto de Duplo trânsito ou o múltiplo. Como tenho passaporte de serviço emiti o visto na Embaixada da Indonésia em Dili. Foi-me concedido o visto de Duplo trânsito com um prazo de permanência de 7 dias, foi bom porque evitei a fila gigantesca do aeroporto de Bali.
Fim de ano e feriados mulçumanos é muito difícil conseguir hotel em Bali e os que têm quarto disponível, inflacionam em até 1000% o valor do quarto. Então se pretendes ir a Bali em períodos de alta temporada ou em alguma data que coincida com um feriado mulçumano é bom reservar um quarto de hotel com uns 2 meses de antecedência afim de evitar ter que ficar procurando quarto de hotel em hotel. Eu sempre fico hospedado no hotel Masa inn em Kuta Beach. É um hotel bem localizado, fica na Popies Lane II, a 5 minutos da praia e próximo aos principais shoppings e lanchonetes, como Mac Donalds, KFC e Pizza Hut. Os quartos do Masa Inn são novos, e são equipados com banheira, refrigerador, TV a cabo e cofres de segurança. A diária em um quarto duplo sai em média por 40 dólares americanos. Vizinho ao Masa Inn existe outro bom hotel, o Lawalon. Mais simples que o Masa Inn, o Lawalon não tem cofre no quarto e o hotel só tem uma piscina, ao contrário do Masa Inn que tem 2 piscinas. Ambos os Hotéis contam com um bom café da manhã, que já está incluso na diária. A diária no Lawalon estava custando 37 dólares para um quarto duplo.
Como não fiz reserva no Masa Inn com antecedência, não consegui vaga para o dia 20/12. Então reservei por 3 dias um quarto duplo no Lawalon. Eles ofereceram um serviço de transfer do Aeroporto para o Hotel, ao custo de 70.000 ruphias (cerca de 7 dólares). Não aceitei preferindo pegar um taxi no aeroporto mesmo. Os taxis em Balis são muito baratos. A maioria é equipada com taxímetro, mas a maioria dos taxistas prefere combinar o preço da corrida antes. Se for apanhar um taxi no aeroporto, não pegue taxis na rua, procure um guichê de taxi na saída do desembarque do aeroporto. Eles trabalham com o preço tabelado dependendo do seu destino. Do aeroporto para Kuta Beach, paguei o equivalente a 5 dólares ou 50 mil ruphias. A maioria dos estabelecimentos em Bali só aceita a Ruphia Indonésia, então é necessário trocar seu dinheiro para a moeda local, inclusive para pagar o taxi. A taxa de câmbio no aeroporto de Bali é bem mais baixa que na cidade, então troque somente o necessário para chegar lá, ou seja, cerca de 10 dólares. É muito fácil trocar dinheiro em Bali, em cada esquina da cidade existe um quiosque de câmbio, então vale a pena pesquisar a melhor taxa e os lugares que não cobram taxa pelo câmbio. O melhor lugar que encontrei para fazer o câmbio foi na Poppies Lane II mesmo, próximo ao Mac Donalds. Só mais uma observação em relação a troca de dinheiro, as cédulas de 100 valem mais que as outras cédulas. Existe uma tabela diferenciada para cédulas de 100, para cédulas de 50 e cédulas de 20, 10, 5 e 1 dólar. Outra observação é que só são aceitas cédulas da série 2006 e o real brasileiro não é aceito.
Bem, chegando ao Lawalon, não gostei muito do quarto e do valor da diária, então fiz algo que não gosto de fazer, fui atrás de outro hotel. Fui a um hotel que eu já tinha visto em outra vez, mas que naquela oportunidade não tinha nenhum quarto disponível. Era o hotel New Arena. Esse hotel fica na Poppies Lane I, também muito bem localizado, quarto grande, com banheira, TV a cabo e refrigerador, além de uma grande piscina. Consegui uma diária de um quarto duplo de luxo nesse hotel por 18 dólares, ou seja, a metade do preço do Lawalon, sendo que o hotel era bem melhor. Então resolvi que mudaríamos no outro dia para lá. Foi-me exigido no New Arena que eu pagasse todas as diárias antecipadas. Voltamos ao Lawalon e comuniquei que sairia no outro dia, eles não gostaram muito porque eu tinha reservado 3 dias, mas como não tinha feito nenhum pagamento antecipado, eles não tinham como me obrigar a ficar lá.
Dia 21 mudamos a tarde para o New Arena. Tinha feito um roteiro de 2 dias para passear em Bali:
Dia 21/12/2009 - Barong Dance, Celuk, Monkey Forest, terraços de arroz de Tegallantang, Kitamani Volcane e Lake Batur, restaurante Beside Volcane, Mother Temple, Uluwatu (Monkey Temple).
Dia 22/12/2009 –Kawasan Luar Pura Taman Ayun (Templo da Família Real) e Tanah Lot.
Em Bali os passeios turísticos funcionam de duas formas, ou você aluga um carro e vai conhecer os lugares ou então vai a uma das centenas de agência de turismo e combina o preço para os lugares que quer conhecer. Em relação a combinar o preço em Bali, você pode pechinchar o preço de qualquer coisa. Tipo eles lhe oferecem uma mercadoria ou serviço por um preço X, você consegue pagar dependendo do vendedor e de seus argumentos até X/3. Faz parte da cultura hindu, gostar de negociar os preços e em Bali 50% da população é Hindu. Então no dia 20 mesmo fui a uma agência de turismo e tentei negociar os preços dos 2 dias de passeio. Acontece que por ser alta estação não consegui um bom preço pelos pacotes e como estava com pouco tempo, resolvemos fazer só um dia de passeio, com o seguinte roteiro: Kawasan Luar Pura Taman Ayun (Templo da Família Real), Monkey Forest e pôr do sol em Tanah Lot. O primeiro e o último templo eu ainda não tinha ido. Paguei 25 dólares por 2 pessoas, com direito a transfer de ida e volta para o hotel.
Ficou combinado que o carro passaria 15 horas no Hotel para buscar-nos. As 14:30 a recepcionista do hotel nos ligou avisando que o carro da agência de turismo já estava a nossa espera. Gostei da pontualidade, não da antecedência de 30 minutos.
O carro era uma mini van, com ar-condicionado e o passeio era só para nós dois. O motorista indonésio falava muito bem inglês e quando soube que éramos brasileiros começou a falar sem parar. Primeiramente fomos ao templo da Família Real. Bali era uma monarquia, com a proclamação da República na Indonésia o Rei de Bali perdeu o trono, mas o respeito do povo pelo Rei continuou. O Kawasan Luar Pura Taman Ayun ou Templo da Família Real é uma construção Hindu, com uma bela fonte e um gramado na frente e é cercado por duas grandes lagoas. Após passar por um portal, você entra na região do templo.
O acesso ao interior do Templo só é permitido a Hindus com trajes típicos, então nós turistas temos que nos contentar com a visão por cima do muro. Ao contrário de outros guias, o nosso permaneceu no carro e tivemos que nos virar para entender o que era cada coisa no templo. Uma coisa nos chamou a atenção na entrada desse templo, uma placa informava que era proibida a entrada de mulheres menstruadas, não entendi a razão.
Saindo do Taman Ayun, seguimos para a Floresta dos Macacos. Quando de minha segunda vez em Bali, já tinha ido a esse lugar, então pensei em ver a mesma coisa. Mas estranhei que o motorista tinha nos levado a outro lugar. Fiquei sabendo então que aquela era a verdadeira Monkey Forest e a que eu tinha ido outra vez, era só um templo cheio de macacos. Antes de chegarmos a Floresta o motorista tinha nos avisado que seu irmão estava lá e que iríamos conhecê-lo, pensamos então que ele trabalhava lá. Ao final do passeio, perguntei onde estava o irmão dele, ele falou que eram todos os macacos. Eu o olhei sem entender nada, aí ele nos explicou que de acordo com a cultura hindu, as pessoas descendem dos macacos e por isso os macacos eram irmãos dele.
A floresta dos macacos na verdade era um templo cercado por um grande muro, onde centenas de macacos ficavam soltos esperando para ser alimentados pelos turistas. Do lado de fora da floresta uma grande feira de souvenires foi formada. Ao contrário do Templo da Família Real, tivemos que pagar para entrar na Floresta. Muitas pessoas vivem da exploração turística de pontos religiosos em Bali. Assim que pagamos, uma senhora aproximou-se de nós e começou a caminhar junta conosco, então deduzimos que ela era uma guia do local. Mais uma vez nosso motorista ficou no carro. Ela nos mostrou onde estavam os macacos, tirou fotos nossas, nos levou ao templo que fica no interior da floresta e nos mostrou uma árvore repleta de morcegos gigantes. Mais a frente um senhor tinha montado uma barraca com uma gaiola cheia de morcegos gigantes. Os turistas podiam pagar para tirar fotos segurando os morcegos. Tirei fotos com os enormes morcegos. Logo depois bateu o arrependimento. Que tipo de tratamento aqueles morcegos recebiam?! Percebemos depois que eles tinham as asas quebradas para não voar e os turistas poderem segurá-los. Os macacos pareciam bem tratados, mas os morcegos daquela barraca não. Nós só incentivamos que aquele homem continuasse com aquele tratamento cruel. Na saída da floresta, percebemos que na verdade nossa guia era uma vendedora e ela queria como pagamento que fôssemos visitar sua barraca de souvenires. Fomos e compramos 1 blusa, achei justo pela ajuda que ela nos prestou.
Para finalizar o passeio, fomos ao Tanah Lot, um famoso templo de Bali. Localizado dentro do mar, o templo é repleto de turistas. Como na Floresta dos macacos, para entrar no Tanah Lot é necessário pagar. Logo na entrada existe uma feira de souvenires que lembra mais um grande mercado público. Logo adiante existe um portal e descendo alguns degraus chegamos à praia. A esquerda fica no alto de uma montanha que entra no mar, um grande templo hindu que recebe o nome do lugar. Ficamos lá até o pôr do sol. Com certeza Tanah Lot foi o lugar mais bonito de Bali que eu conheci.
Voltamos para o nosso hotel e o motorista não quis nos deixar na porta do mesmo, alegando que era feriado hindu naquele dia (dia do ser humano) e que a rua estaria interditada. Deixou-nos há uns 2 km do hotel e tivemos que fazer o percurso a pé e para nossa surpresa a rua não estava interditada.
Acertamos com o motorista do passeio para nos apanhar no dia seguinte em nosso hotel e nos levar para o aeroporto. Como de costume ele chegou 30 minutos adiantados e ainda não estávamos prontos, ele teve que esperar. Ele nos cobrou cerca de 6 dólares até o aeroporto. Não achei caro, pois teríamos que andar com as malas em busca de um taxi que nos cobraria no mínimo o equivalente a 5 dólares. A distância de Kuta Beach é cerca de 5kms e dependendo do trânsito é possível fazer o percurso em 10 minutos. Na alta estação e em horários de pico essa mesma distância é percorrida em até 1 hora. Usando o taxímetro até o aeroporto, saindo de Kuta Beach você pagará no máximo 3 dólares, mas é difícil encontrar um taxista que aceite.
De Bali embarcamos para Bangkok na Tailânida. Assunto de meu próximo post.
Eu tinha 15 dias de recesso de fim de ano e queria ir além de Bali a Tailândia e a Malaysia, então tinha que dividir bem o tempo em cada lugar. Como já era minha quarta vez em Bali, decidi deixar somente 3 dias nessa ilha e aproveitar o restante do feriado nos outros países. Chegando a Bali, você pode tirar o visto de entrada no próprio aeroporto (visa on arrival), necessita somente ter um passaporte com mais de 3 meses de validade e esperar uns 40 minutos em uma fila. Um visto single de 15 dias custa 20 dólares americanos. A Indonésia tem um acordo com o Brasil que isenta do pagamento do visto brasileiros portadores de passaporte diplomático e de serviço, bastando que o titular do passaporte emita com antecedência em uma representação diplomática da Indonésia seu visto, que pode ser simples (vale uma única jornada na Indonésia, tem validade de 15 dias), de trânsito (igual ao simples, só que a validade é de somente 7 dias), múltiplo (pode ficar 15 dias na Indonésia e o visto vale 3 meses, podendo entrar e sair do território indonésio quantas vezes quiser) e duplo trânsito (igual ao simples, só que pode entrar e sair uma vez da Indonésia).A Embaixada da Indonésia que decide qual visto você tem direito, como também o prazo de permanência, geralmente se você escreve no formulário de solicitação que vai visitar outros países além da Indonésia eles lhe concedem um visto de Duplo trânsito ou o múltiplo. Como tenho passaporte de serviço emiti o visto na Embaixada da Indonésia em Dili. Foi-me concedido o visto de Duplo trânsito com um prazo de permanência de 7 dias, foi bom porque evitei a fila gigantesca do aeroporto de Bali.
Como não fiz reserva no Masa Inn com antecedência, não consegui vaga para o dia 20/12. Então reservei por 3 dias um quarto duplo no Lawalon. Eles ofereceram um serviço de transfer do Aeroporto para o Hotel, ao custo de 70.000 ruphias (cerca de 7 dólares). Não aceitei preferindo pegar um taxi no aeroporto mesmo. Os taxis em Balis são muito baratos. A maioria é equipada com taxímetro, mas a maioria dos taxistas prefere combinar o preço da corrida antes. Se for apanhar um taxi no aeroporto, não pegue taxis na rua, procure um guichê de taxi na saída do desembarque do aeroporto. Eles trabalham com o preço tabelado dependendo do seu destino. Do aeroporto para Kuta Beach, paguei o equivalente a 5 dólares ou 50 mil ruphias. A maioria dos estabelecimentos em Bali só aceita a Ruphia Indonésia, então é necessário trocar seu dinheiro para a moeda local, inclusive para pagar o taxi. A taxa de câmbio no aeroporto de Bali é bem mais baixa que na cidade, então troque somente o necessário para chegar lá, ou seja, cerca de 10 dólares. É muito fácil trocar dinheiro em Bali, em cada esquina da cidade existe um quiosque de câmbio, então vale a pena pesquisar a melhor taxa e os lugares que não cobram taxa pelo câmbio. O melhor lugar que encontrei para fazer o câmbio foi na Poppies Lane II mesmo, próximo ao Mac Donalds. Só mais uma observação em relação a troca de dinheiro, as cédulas de 100 valem mais que as outras cédulas. Existe uma tabela diferenciada para cédulas de 100, para cédulas de 50 e cédulas de 20, 10, 5 e 1 dólar. Outra observação é que só são aceitas cédulas da série 2006 e o real brasileiro não é aceito.
Bem, chegando ao Lawalon, não gostei muito do quarto e do valor da diária, então fiz algo que não gosto de fazer, fui atrás de outro hotel. Fui a um hotel que eu já tinha visto em outra vez, mas que naquela oportunidade não tinha nenhum quarto disponível. Era o hotel New Arena. Esse hotel fica na Poppies Lane I, também muito bem localizado, quarto grande, com banheira, TV a cabo e refrigerador, além de uma grande piscina. Consegui uma diária de um quarto duplo de luxo nesse hotel por 18 dólares, ou seja, a metade do preço do Lawalon, sendo que o hotel era bem melhor. Então resolvi que mudaríamos no outro dia para lá. Foi-me exigido no New Arena que eu pagasse todas as diárias antecipadas. Voltamos ao Lawalon e comuniquei que sairia no outro dia, eles não gostaram muito porque eu tinha reservado 3 dias, mas como não tinha feito nenhum pagamento antecipado, eles não tinham como me obrigar a ficar lá.
Dia 21 mudamos a tarde para o New Arena. Tinha feito um roteiro de 2 dias para passear em Bali:
Dia 21/12/2009 - Barong Dance, Celuk, Monkey Forest, terraços de arroz de Tegallantang, Kitamani Volcane e Lake Batur, restaurante Beside Volcane, Mother Temple, Uluwatu (Monkey Temple).
Dia 22/12/2009 –Kawasan Luar Pura Taman Ayun (Templo da Família Real) e Tanah Lot.
Em Bali os passeios turísticos funcionam de duas formas, ou você aluga um carro e vai conhecer os lugares ou então vai a uma das centenas de agência de turismo e combina o preço para os lugares que quer conhecer. Em relação a combinar o preço em Bali, você pode pechinchar o preço de qualquer coisa. Tipo eles lhe oferecem uma mercadoria ou serviço por um preço X, você consegue pagar dependendo do vendedor e de seus argumentos até X/3. Faz parte da cultura hindu, gostar de negociar os preços e em Bali 50% da população é Hindu. Então no dia 20 mesmo fui a uma agência de turismo e tentei negociar os preços dos 2 dias de passeio. Acontece que por ser alta estação não consegui um bom preço pelos pacotes e como estava com pouco tempo, resolvemos fazer só um dia de passeio, com o seguinte roteiro: Kawasan Luar Pura Taman Ayun (Templo da Família Real), Monkey Forest e pôr do sol em Tanah Lot. O primeiro e o último templo eu ainda não tinha ido. Paguei 25 dólares por 2 pessoas, com direito a transfer de ida e volta para o hotel.
Ficou combinado que o carro passaria 15 horas no Hotel para buscar-nos. As 14:30 a recepcionista do hotel nos ligou avisando que o carro da agência de turismo já estava a nossa espera. Gostei da pontualidade, não da antecedência de 30 minutos.
O carro era uma mini van, com ar-condicionado e o passeio era só para nós dois. O motorista indonésio falava muito bem inglês e quando soube que éramos brasileiros começou a falar sem parar. Primeiramente fomos ao templo da Família Real. Bali era uma monarquia, com a proclamação da República na Indonésia o Rei de Bali perdeu o trono, mas o respeito do povo pelo Rei continuou. O Kawasan Luar Pura Taman Ayun ou Templo da Família Real é uma construção Hindu, com uma bela fonte e um gramado na frente e é cercado por duas grandes lagoas. Após passar por um portal, você entra na região do templo.
O acesso ao interior do Templo só é permitido a Hindus com trajes típicos, então nós turistas temos que nos contentar com a visão por cima do muro. Ao contrário de outros guias, o nosso permaneceu no carro e tivemos que nos virar para entender o que era cada coisa no templo. Uma coisa nos chamou a atenção na entrada desse templo, uma placa informava que era proibida a entrada de mulheres menstruadas, não entendi a razão.
Saindo do Taman Ayun, seguimos para a Floresta dos Macacos. Quando de minha segunda vez em Bali, já tinha ido a esse lugar, então pensei em ver a mesma coisa. Mas estranhei que o motorista tinha nos levado a outro lugar. Fiquei sabendo então que aquela era a verdadeira Monkey Forest e a que eu tinha ido outra vez, era só um templo cheio de macacos. Antes de chegarmos a Floresta o motorista tinha nos avisado que seu irmão estava lá e que iríamos conhecê-lo, pensamos então que ele trabalhava lá. Ao final do passeio, perguntei onde estava o irmão dele, ele falou que eram todos os macacos. Eu o olhei sem entender nada, aí ele nos explicou que de acordo com a cultura hindu, as pessoas descendem dos macacos e por isso os macacos eram irmãos dele.
A floresta dos macacos na verdade era um templo cercado por um grande muro, onde centenas de macacos ficavam soltos esperando para ser alimentados pelos turistas. Do lado de fora da floresta uma grande feira de souvenires foi formada. Ao contrário do Templo da Família Real, tivemos que pagar para entrar na Floresta. Muitas pessoas vivem da exploração turística de pontos religiosos em Bali. Assim que pagamos, uma senhora aproximou-se de nós e começou a caminhar junta conosco, então deduzimos que ela era uma guia do local. Mais uma vez nosso motorista ficou no carro. Ela nos mostrou onde estavam os macacos, tirou fotos nossas, nos levou ao templo que fica no interior da floresta e nos mostrou uma árvore repleta de morcegos gigantes. Mais a frente um senhor tinha montado uma barraca com uma gaiola cheia de morcegos gigantes. Os turistas podiam pagar para tirar fotos segurando os morcegos. Tirei fotos com os enormes morcegos. Logo depois bateu o arrependimento. Que tipo de tratamento aqueles morcegos recebiam?! Percebemos depois que eles tinham as asas quebradas para não voar e os turistas poderem segurá-los. Os macacos pareciam bem tratados, mas os morcegos daquela barraca não. Nós só incentivamos que aquele homem continuasse com aquele tratamento cruel. Na saída da floresta, percebemos que na verdade nossa guia era uma vendedora e ela queria como pagamento que fôssemos visitar sua barraca de souvenires. Fomos e compramos 1 blusa, achei justo pela ajuda que ela nos prestou.
Para finalizar o passeio, fomos ao Tanah Lot, um famoso templo de Bali. Localizado dentro do mar, o templo é repleto de turistas. Como na Floresta dos macacos, para entrar no Tanah Lot é necessário pagar. Logo na entrada existe uma feira de souvenires que lembra mais um grande mercado público. Logo adiante existe um portal e descendo alguns degraus chegamos à praia. A esquerda fica no alto de uma montanha que entra no mar, um grande templo hindu que recebe o nome do lugar. Ficamos lá até o pôr do sol. Com certeza Tanah Lot foi o lugar mais bonito de Bali que eu conheci.
Voltamos para o nosso hotel e o motorista não quis nos deixar na porta do mesmo, alegando que era feriado hindu naquele dia (dia do ser humano) e que a rua estaria interditada. Deixou-nos há uns 2 km do hotel e tivemos que fazer o percurso a pé e para nossa surpresa a rua não estava interditada.
Acertamos com o motorista do passeio para nos apanhar no dia seguinte em nosso hotel e nos levar para o aeroporto. Como de costume ele chegou 30 minutos adiantados e ainda não estávamos prontos, ele teve que esperar. Ele nos cobrou cerca de 6 dólares até o aeroporto. Não achei caro, pois teríamos que andar com as malas em busca de um taxi que nos cobraria no mínimo o equivalente a 5 dólares. A distância de Kuta Beach é cerca de 5kms e dependendo do trânsito é possível fazer o percurso em 10 minutos. Na alta estação e em horários de pico essa mesma distância é percorrida em até 1 hora. Usando o taxímetro até o aeroporto, saindo de Kuta Beach você pagará no máximo 3 dólares, mas é difícil encontrar um taxista que aceite.
De Bali embarcamos para Bangkok na Tailânida. Assunto de meu próximo post.
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