quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Banheiro oriental!

Assim que cheguei a Dili, em outubro/2008, vindo de Ainaro, fui ficar em uma casa que dispunha de um vaso sanitário, que segundo a proprietária era de estilo indonésio. O assento do vaso era colado ao chão, tipo latrina e ao lado existia um tanque com água e um caneco.

Em um de meus locais de trabalho em Dili (INFPC), o sanitário era semelhante. Inclusive alguns de nós professores, batizamos o tanque ao lado do vaso, de "piscina de dengue" e fiquei imaginando que aquilo com certeza era um potencial criatório de mosquitos da dengue e malária.Conversando com um policial da Força Brasileira em Dili, ele me disse que o vaso lembrava bastante os sanitários utilizados no Brasil em presídios, delegacias e estádios de futebol.

Banheiro no Timor

Esse tipo de vaso na verdade não é uma exclusividade da Indonésia, sendo utilizado em quase todo o mundo islâmico e na Índia e a razão do mesmo é o de facilitar o uso por parte das mulheres que utilizam a "burca" completa e os homens que utilizam o traje típico islâmico.


Mulheres e homem islâmico com roupa típica


Este tipo de latrina chegou aqui através dos indonésios. Segundo Claúdio do Blog do Viajante, é preciso um certo equilíbrio e talvez alguns anos de prática para dominar com maestria a arte de fazer necessidades em banheiros como este. Eu já acho que eles são bem mais higiênicos em comparação com os que utilizamos no mundo ocidental. Mas para os não adeptos, desse tipo de vaso, é possível em várias residências encontrar o modelo difundido no ocidente.

Em minha viagem a Kuala Lumpur e Bali ano passado, encontrei exemplares como os da primeira foto!



Banheiro na Malaysia


Banheiro em Marrocos


Banheiro na Arabia Saudita, um pouco mais "equipado" e sem a "piscina de dengue"!


Banheiro na Índia!

Créditos para algumas fotos:
Arquivo pessoal
Blog De Outro Mundo
Blog do Viajante

Dia 27 de Novembro de 2009 - Dia do Islã no Timor!

Embora em Timor-Leste, segundo censo feito em meados do ano 2000, apenas 2,10% da população seja adepta a religião mulçumana, no décimo dia do último mês do calendário islâmico é feriado nacional em comemoração ao Eid ul-Adha (em árabe: عيد الأضحى, "Festa do Sacrifício") que é um festival muçulmano que marca o fim da peregrinação a Meca.

A Festa do sacrifício é celebrada pelos muçulmanos de todo o planeta em memória da disposição do profeta Ibrahim (Abrãao) em sacrificar o seu filho Ismail (Ismael) conforme a vontade de Deus.

Dia 26, começa a Peregrinação e Arábia Saudita confirma a presença de dois milhões e meio de muçulmanos em Meca.

Nas Mesquitas em Timor e em todo o mundo islâmico a comemoração, que lembra o sacrifício de Ibrahim, dura até quatro dias. No primeiro dia, homens, mulheres e crianças vestem as melhores roupas que possuem e realizam umaa oração numa grande congregação.

Todos os muçulmanos que possuem meios econômicos devem sacrificar carneiros como forma de lembrar o acontecimento. Em alguns casos em vez de carneiros sacrificam-se bodes, bois e camelos. É condição obrigatória que o animal seja macho, adulto e saudável. A carne que resulta destes sacrifícios é distribuída por familiares, vizinhos e pobres.

Faz parte dessa comemoração, visitar amigos e familiares. Em algumas nações, por tradição cultural e não pelo Islã, algumas pessoas trocam presentes.

Enquanto a festa do sacrifício seja sempre no mesmo dia do calendário islâmico, a data no calendário gregoriano varia de ano para ano desde que o calendário islâmico é um calendário lunar e o gregoriano é um calendário solar.

O feriado foi instituído em Timor-Leste em um dos primeiros governos constitucionais, após a retirada das tropas indonésias. E é conhecido entre os timorenses como o Dia do Islã.

Referências:
Centro Islâmico do Ceará
Wikipedia

sábado, 21 de novembro de 2009

Hábitos culturais do Timor

Há bastante tempo queria escrever sobre esses temas, mas como são muitas coisas a escrever, acabei adiando.

A distância de minha casa em Dili para o meu local de trabalho é de aproximadamente 2 kms. Faço o percurso todos os dias a pé, é uma forma de exercitar-me e também a distância não é muito grande para ser feita de taxi, além de que o serviço de taxi nos bairros de Vila-Verde e Tuanalaran não funcionam muito, seja porque as ruas são esburacadas e os taxis evitam passar por elas, ou seja porque alguns taxistas temem esses bairros, já que em outros períodos eles foram palco de alguns conflitos.

Túmulo no cemitério de Santa Cruz em Dili

Mas em minha trajetória diária, entre gritos de "Malai" e de "para onde vai?", depois explico melhor o porquê dessas expressões, percebi o grande número de túmulos em frente às casas. Resolvi contá-los, cheguei ao número de 17 túmulos em apenas 2 kms. São quase 2 túmulos a cada 100 metros. Alguns túmulos são bem grandes e com grandes adornos, outros são bem simples e alguns muito pequenos, demonstrando que ali jaz uma criança.

Resolvi então saber a razão pela qual os timorenses enterram seus entes queridos em frente das residências, já que em Dili existe cemitério (Cemitério de Santa Cruz) e já que esse fato também havia presenciado em Ainaro, percebi que não é um hábito da cidade de Dili e sim de todo o Timor.

A explicação que os timorenses mais velhos me deram, foi que durante a saída das tropas indonésias em 1999 e durante a ocupação em 1975, muitos timorenses foram mortos. Como as famílias timorenses tinham que fugir para as montanhas e não queriam deixar os corpos de seus parentes exposto ao tempo para serem devorados por animais, então estes sepultavam os corpos em frente de casa e fugiam. Após a saída dos indonésios, esse hábito virou uma questão cultural e segundo os timorenses que consultei os parentes mais queridos (pais, filhos...) continuam sendo sepultados em frente de suas residências para ficar mais próximos dos seus.

Pelas informações que obtive, o Governo Timorense proibiu essa prática em vários bairros de Dili, numa tentativa de preservar o lençol freático de contaminações provenientes desses túmulos, mas em bairros mais carentes a prática ainda continua.

Para um próximo post colocarei as fotos de alguns desses túmulos. Ainda não tive coragem de fotografá-los, os familiares podem achar falta de respeito.

Apoteose em Campinas: Ceará volta à Primeira Divisão, após 16 anos!

Notícia veiculada no Portal Globo.com


Vou abrir um espaço em meu blog e nesse post não irei falar do Timor-Leste.

Hoje Domingo 22/11/2009, vi uma notícia que me deixou muito feliz e precisava compartilhar com todos. O clube de futebol pelo qual torço no Brasil, o grande Ceará Sporting Club, venceu o time da Ponte Preta no Estádio Moisés Lucarelli em Campinas-SP pelo placar de 2x1 e se classificou para a Série A (1ª Divisão) do Campeonato Brasileiro.

Foram 16 longos anos de espera. E, neste sábado, 21 de novembro, a torcida Alvinegra soltou um grito que estava preso na garganta desde 1993. Com uma rodada de antecedência, o Ceará garantiu o retorno à elite do futebol brasileiro. A equipe do técnico PC Gusmão ainda chegou à vice-liderança da Série B, ultrapassando o Guarani.
Na última rodada da Segundona, no próximo sábado, às 17h10m, o Ceará recebe o América-RN, no Castelão, para comemorar com a torcida o tão esperado acesso.



Gols da partida!

Foto no Aeroporto de Fortaleza, quando de meu embarque para o Timor-Leste, com o Técnico do Ceará PC Gusmão.

Também no Aeroporto de Fortaleza, com os jogadores Sérgio Alves e Erivelto!


Referências e créditos de algumas fotos:
http://globoesporte.globo.com/
http://verdesmares.globo.com/

Arquivo Pessoal

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

12 de Novembro de 2009 - Dia Nacional da Juventude - 18 Anos do Massacre de Santa Cruz!




Comemorou-se no último dia 12 em todo território timorense, o Dia Nacional da Juventude.

Nessa mesma data há 18 anos, no cemitério de Santa Cruz em Dili, aproximadamente 271 pessoas foram mortas ou vinheram a morrer em hospitais pouco tempo depois, 278 foram feridas e 270 desaparceram e são considerados mortas, todas vítimas de um ataque comandado pelas tropas indonésias contra uma multidão realizava um protesto pacífico contra a morte de um jovem poucos dias antes.

Este massacre, ao contrário de muitos outros que ocorreram durante o período de ocupação indonésia em território timorense, foi filmado e fotografado pelos jornalistas internacionais: norte-americanos: Amy Goodman, Allan Nairn e pelo operador de câmara britânico: Max Stahl, que fizeram uma campanha de divulgação do vídeo pelo mundo.

O Massacre de Santa Cruz desencadeou um movimento de solidariedade internacional para o Timor Leste, e foi o motivo para o Congresso Norte Americano interromper o envio de armas dos Estados Unidos como também da assistência militar prestada para as forças de segurança indonésias.

Ali Alatas, ex-ministro das Relações Exteriores da Indonésia, chama o massacre de um "ponto de virada", que pôs em marcha os acontecimentos que conduziram à independência de Timor Leste.

Por causa disso todo dia 12 de Novembro, comemora-se o Dia Nacional da Juventude, em memória da juventude que sofreu repressão e violência nesse mesmo dia há 18 anos atrás.

Percebi em Dili, nesse dia o mesmo sentimento que já havia presenciado no dia de finados no começo desse mês. Não se ouvia nenhum som de músicas pela cidade e a noite "procissões"de velas foram formadas nas ruas da cidade.

Durante a manhã, no cemitério de Santa Cruz foi realizada uma missa em memória dos mortos do massacre, que contou com a presença do Presidente da República, Dr. José Ramos-Horta, do Premiê Timorense, Xanana Gusmão e do Presidente do Parlamento Nacional Timorense, Fernando "La Sama" de Araújo.

Mortos e feridos no massacre!

Na oportunidade o Presidente Ramos-Horta observou que: "o Estado tem a obrigação de cuidar das vítimas do 12 de Novembro. É um imperativo moral pagar compensações aos que ficaram portadores de deficiência ou traumatizados para toda a vida por causa do que sofreram, aos órfãos e às viúvas dos que perderam a vida". E anunciou que, em 2010, será lançado um concurso para a concepção de um monumento às vítimas do massacre de Santa Cruz, monumento esse que será erguido num Jardim da Paz a inaugurar daqui a dois anos em Díli. Durante seu discurso o Chefe de Estado ainda salientou que: "Perdoar não significa esquecer, significa resistir a sermos reféns da dor que nos consome a vida" e que "O Povo Timorense tem toda a capacidade para a reconciliação, através do perdão", insistiu, lembrando que, "como prova, está o facto de jamais algum dos milhares de indonésios que ficaram a viver no novo país ter sido agredido, ferido ou morto em actos de represália".


Já o primeiro-ministro timorense disse compreender o desejo de serem identificadas todas as vítimas, mas acrescentou que é difícil a Indonésia entregar tanto os restos mortais de 1991 como os do próprio Presidente Nicolau Lobato, primeiro presidente timorense e comandante militar da resistência morto em 31 de Dezembro de 1978.

Fotos das vítimas no cemitério de Santa cruz*

Durante a celebração no cemitério de Santa Cruz era percebido a presença de dezenas de familiares das vítimas do massacre com fotos dos desaparecidos e dos mortos no atentado.

Missa no cemitério de Santa Cruz*

Ainda foi realizado no Estádio Municipal de Dili um torneio de Futebol e Basquete inter-distritos, organizado pela comissão das comemorações do 18º aniversário do massacre de Santa Cruz. O objectivo do torneio foi o de prestar homenagem ao papel desempenhado pelos jovens na luta pela libertação nacional além de promover o espírito de competição saudável.


Referências:
Timor Lorosa'e Nação
ETAN (East Timor and Indonesia Network)
*Crédito de algumas fotos para: N. Andrade




quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vai um cozido de cachorro aí? Hábitos alimentares em Timor-Leste!

Para nós brasileiros, que temos em nossas cidades mais pet-shops do que padarias, é muito estranho saber que alguém pode alimentar-se de cães. Mas entre o povo maubere (timorense) esse é um hábito bastante comum.

Quando trabalhei ano passado, no distrito de Ainaro (120 kms de Dili), costumava perguntar aos habitantes do lugar se era verdade que eles se alimentavam de cachorros. Eles sempre sorriam e diziam que sim, e que entre as carnes essa era a mais saborosa. Na preferência deles a carne suína vem segundo lugar.

Então a curiosidade aumentou e fui saber a origem da carne canina que eles consomem. Pelo que fui informado os cachorros vão para a panela após serem atropelados e que nem sempre o atropelamento é uma obra do acaso. Fiquei imaginando que fato semelhante também acontece no Brasil, quando uma vaca é atropelada. Por exemplo, esse ano em Fortaleza (minha cidade natal e a quarta maior capital do Brasil), uma vaca atravessou uma pista de rolamento e foi atropleada por uma moto. Tanto a vaca como o motoqueiro morreram na hora, mas isso não foi nenhum empecilho para que uma multidão juntasse os pedaços do bovino.

A proprietária da casa que eu residia em Ainaro criava 5 cães, então perguntei se ela teria coragem de comer algum de seus cães, ela disse que não, porque eles eram parte da família, mas o do vizinho sim, ela teria coragem.


Até esse momento não sei se comi cachorro aqui, conscientemente não, mas em alguns lugares a carne que comi era um pouco suspeita.

Alguns me perguntaram se cães são criados aqui só com a finalidade de servir de alimento, ou se é possível comprar carne de cachorro em feiras livres. Só vi uma vez no mercado público de Ainaro, carne canina para vender. Quanto a se criar cães para servir de alimento, como se faz com bois, porcos e cabras, desconheço tal ação.

Preciso compartilhar alguns relatos sobre o assunto que colhi com alguns timorenses:

"Uma vez um homem e sua família queriam se alimentar de um cão, mas como não queriam matar o animal da forma usual, ou seja, com pauladas na cabeça, resolveram dar veneno para o animal. Segundo a crença local, de um animal que morre envenenado, não se pode comer as vísceras, que é onde se concentra o veneno. Acontece que a fome da família falou mais alto e comeram todo o animal, resultado, boa parte da família morreu envenenada."

"A carne canina é saborosa, porque é a que mais se assemelha com a carne humana"

"O cão substitui na ceia de natalina o Peru de Natal"

Segundo Aurélio Guterrez, para o blog Timor Crocodilo Voador, o costume de comer cães começou com a invasão indonésia, mas o motivo não se sabe. Os indonésios quando faziam suas patrulhas noturnas, irritavam-se com o fato dos cães uivarem, talvez porque isso dificultasse a patrulha ou porque não tivessem o costume de ter o cão como um animal de estimação. Talvez os próprios indonésios estimularam o consumo do animal.

Antes da chegada da Indonésia (1975), a base da alimentação dos timorenses era o milho e o arroz. Segundo Fábio Vinícius Pires da Silva, consultor do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Governo Brasileiro, a ocupação do país pela Indonésia, de 1975 a 1999, mudou os hábitos alimentares dos timorenses. Eles são cercados por mar, mas não comem peixe. A base da alimentação é o arroz. Segundo um estudo do PNAE, a alimentação escolar no Timor é muito precária. Não existe nutricionista, e a merenda é preparada por mães e voluntárias. As crianças comem basicamente arroz com “furumungo”, um tipo de feijão miudinho. Arroz, feijão, macarrão e leite condensado industrializado são a base do cardápio nas 860 escolas públicas e nas 121 particulares, do primeiro ao sexto ano.


43% da população timorense está inserida na faixa da insegurança alimentar, de acordo com o último censo no país, de 2004. Por isso, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República Federativa do Brasil, que também integra a missão brasileira de ajuda ao Timor Leste, planeja incentivar a piscicultura. No começo do ano letivo de 2009, autoridades do Timor Leste responsáveis pelo programa da merenda devem visitar o Brasil para entender melhor o sistema nacional de alimentação escolar, que preserva no cardápio os hábitos regionais.

Embora o Timor tenha um razoável rebanho de búfalos e bois, não é um hábito entre eles comer carne bufalina e nem bovina, talvez pelo custo ou pelo gosto eles prefiram a carne de frango ou a de porco. Mas isso somente em pequenas porções semanais. O ovo também não entra no cardápio timorense e não é um hábito colocar-se a galinha para chocar e a maioria do ovo consumido é importado. O Timor também é rico em uma variedade de frutas (caju, manga, melancia, limão...), mas o consumo dessas, tanta na forma in natura como na forma de suco (sumo) também não é difundido entre os timorenses. A alimentação básica diária de uma família timorense se resume a arroz e algumas hortaliças locais.

Fiquei espantado também pelo fato deles não produzirem queijo e nem terem o hábito de tomarem leite. A explicação que me deram, foi que segundo a cultura deles, o fato de ordenhar as vacas causa o enfraquecimento das mesmas.

Morei ano passado aqui em Dili em uma casa onde a família timorense proprietária do imóvel era composta por 9 pessoas, e as idades variavam entre 30 anos a 3 meses. Conversando com o chefe da família, acabei convencendo-o que a ingestão de leite pelos mais novos, faria com que eles crescessem com os ossos fortes além de se desenvolver bem mais. Após seis meses, o efeito da ingestão do leite nas crianças já era bem visível. O dono da casa reclamava do alto preço do leite, mas já percebia que aquele "investimento" teria um retorno na saúde dos filhos. Fiquei feliz, porque acabei criando nele uma consciência positiva.

Referência: Ministério da Educação (MEC)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Custo de vida em Dili!

Recebi alguns emails e mensagens no orkut de pessoas perguntando sobre o valor do custo de vida em Dili.

Bem, buscando na internet encontrei um estudo elaborado em em agosto de 2005 por uma empresa especializada em recursos humanos, a ECA International. Segundo a pesquisa, a capital de Timor-Leste, Díli, foi considerada a 8ª cidade mais cara da Ásia, à frente de Singapura e Pequim.

A lista, que apresenta três cidades japonesas, Tóquio, Yokohama e Kobe, nos primeiros lugares, cobre 39 cidades asiáticas e foi elaborada a partir de um cabaz composto por 125 bens variados, desde mercearias a aparelhos eléctricos, passando por roupas, serviços e refeições em restaurantes.

A listagem apresenta Macau como a 5ª cidade mais cara, atrás de Seul, e à frente de Hong Kong, Taipe, Díli, Singapura e Pequim.

A capital do Bangladesh, Dhaka, é considerada a cidade com o custo de vida mais barato, seguindo-se Manila, Cidade de Ho Chi Min, Bangalore (Índia) e Islamabad.

A capital indonésia, Jacarta, figura num modesto 15º lugar.

Díli, capital do país mais pobre do continente asiático e um dos mais pobres do planeta, é explicado pela ECA International como resultante do fato de os bens de consumo existentes serem todos importados.

Segue uma breve pesquisa de preços que eu fiz no mês de outubro/2009 (todos os preços em US$):

Água e alimentos:
Água mineral (1,5 litro): varia de 0,50 a 1,00, dependendo da marca.
Arroz: 3 dólares o kg, encontra-se uma saca de arroz indonésio de 20kgs por 13 dólares
Lata de feijão pronto: 1 dólar
Carne de boi/búfalo: importada da Austrália chega a 15 dólares o kg, em mercados timorenses encontra-se carne de 5 dólares o kg, mas carne local.
Frango (marcas brasileiras, como perdigão e rezende): 5 - 7 dólares o kg.

Cuidados pessoais:
Sabonete (Dovi, palmolive...): varia de 0,80 a 1 dólar
Shampoo (Elseve, palmolive, clear..): varia de 5 a 8 dólares
Lâmina de barbear (gillete): 0,50
creme dental (sensodyne, colgate...): 1-2 dólares

Transporte:
Taxi (aeroporto - centro de Dili): 5 - 20 dólares (tem que negociar bem antes de pegar um taxi no aeroporto, eles exploram)
Taxi (ligação entre pontos em Dili) - 1 - 2 dólares, dependendo da distânica (precisa negociar também antes de entrar no taxi)
Taxi (Centro de Dili-Praia do Cristo ou Praia da Areia Branca) - 2 - 3 dólares
Mikroleti (não recomendada pelo espaço para estrangeiros): 0,25
Nakromak (barco que faz a travessia Dili-Atauro): 2-5 dólares

Aluguel (Média):
Casa de 2 quartos (bairros centrais): 500-2000
Casas em bairros mais afastados (2 quartos): 300-700

Hotel/pousada (mês):
Venture: 375
Vila verde: 900
Rochela: 520
Jacinto: 200-300
Hotel Timor (sob consulta): http://www.hotel-timor.com/

Site útel:
http://aluga-uma-timor.blogspot.com/

Importante!

Aos viajantes que pretendem vir ao Timor-Leste nos próximos meses, muita atenção com os dólares que comprarem no Brasil.

As cédulas acima não tem nenhum valor no Timor-Leste e não está mais sendo feita a troca na autoridade bancária (Banco Central) e não é aceita no comércio, nem nos bancos para depósito.

Só aceitem nas casas de câmbio do Brasil, as notas abaixo, ou ficaram com dinheiro aqui, mas sem poder gastar:

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dia dos Finados em Timor Leste!

Ontem, dia 02 de novembro, comemorou-se em boa parte do mundo cristão, o dia dos fiéis defuntos, ou dia dos finados, como é popularmente conhecido.

Para alguns era só mais um feriado, mas para boa parte dos timorenses, foi um dia de oração e silêncio.

Quando me dirigia pela manhã ao Instituto de Formação no bairro de Balide, já se formava uma procissão de jovens, senhoras e senhores em direção ao cemitério de Santa Cruz em Dili. A maioria deles carregava em suas mãos uma cesta de palha que continha em sua maioria, velas e flores. Algumas das senhoras trajavam véus que cobriam todo o rosto. Foi uma cena bonita de se ver. Pena que não fiz o registro.

Impressionante foi também perceber em uma grande parte de Dili e principalmente no bairro onde moro,Vila Verde, o silêncio. Ao contrário dos outros dias, não ouvi as músicas que de costume embalam os dias dessa população.

No ano anterior era possível ver nas ruas de Dili, velas acessas a noite, esse ano não presenciei tal fato!


"Procissão" de velas nas ruas de Dili

De acordo com a cultura animista do Timor e também de acordo com o lugar de nascimento deles, os espíritos dos mortos vão para os lugares mais altos da ilha, ou seja os montes Ramelau (ou Tataimalau, no subdistrito de Hatu Builico, distrito de Ainaro, Tatamailau significa "Avô de todos", no dialeto Mambai), Kablak (de muitas façanhas da Resistência Timorense, no distrito de Same) e Matebian (no distrito de Aileu, que em língua macassai, designa a “casa dos mortos”). Então por toda a Dili nesse dia e no dia anterior, era possível perceber placas anunciando excursões para esses montes, que para eles são sagrados.

Monte Matebian em Aileu

O respeito aos mortos e a religiosidade é algo ainda muito forte no povo timorense.


Monte Ramelau em Ainaro

Fotos retiradas da Internet, algumas são de domínio público!

domingo, 1 de novembro de 2009

Possibilidade de Tsunami no Timor?

Após minha postagem sobre os tremores de terra em Dili, alguns me perguntaram então se existe a possibilidade de acontecer um Tsunami em território timorense?

Ano passado antes de vir ao Timor, já tinha me feito essa pergunta e através de pesquisa em sites e artigos, descobri que a posição da Ilha de Ataúro e de algumas grandes e pequenas ilhas indonésias mais a leste e outras mais a oeste de Ataúro, como por exemplo as Ilhas Alor, Flores, Komodo,Romang, Wetar, Sunda, Ilhota de Liran, Ilhas da província de Maluku e ilhas de Barat Daya entre outras, fariam um "cinturão" que "protegeriam" a capital timorense e todo esse lado do país de uma possível Tsunami que vinhesse a se formar. Já pelo lado de Suai, temos o mar do Timor e a Austrália que também forneceria uma proteção natural para a ilha timorense.


Posição Geográfica do Timor-Leste

Mas segundo um pesquisador da Universidade do Minho em Portugal, a costa norte de Timor, a ilha de Ataúro e o en­clave de Oecússi encontram-se numa área de grande probabilidade de ocorrência de tsunamis com eventos superiores a 4 m de altura.

E que em 12 de Dezembro de 1992 na ilha das Flores (distante 561km de Dili), uma tsunami foi formada, provocada por um sismo com a magnitude de 7,8 na escala de Ritcher, causando 1 690 vítimas mortais e destruindo cerca de 18 000 casas.

Destruição na Ilha de Flores (Indonésia) após a passagem de uma tsunami em 1992

Esperamos que isso não ocorra mais!